Após as sucessivas reduções da taxa básica de juros (CDI), a poupança passou a ficar mais atrativa do que os fundos de investimento e CDBs. No caso dos fundos, a incidência de taxas de administração e o come-cotas, que acaba por antecipar o Imposto de Renda, faz com que os rendimentos líquidos dos fundos sejam menores. Nos CDBs a remuneração pós-fixada, com base na taxa básica de juros, menos a cobrança do Imposto de Renda no resgate, também apresentam uma rentabilidade inferior a poupança, que remunera o investidor a TR+6% ao ano. Atualmente sobre este rendimento não incide a cobrança de Imposto de Renda.
O governo, temendo uma migração de grandes volumes para a poupança, tentou aprovar no Congresso a cobrança de Imposto de Renda sobre os rendimentos da poupança, desta forma, os fundos ficariam mais atrativos, "aniquilando" este grande movimento, além de estudar a cobrança anual do come-cotas, porque – neste momento – a incidência se dá duas vezes por ano (maio e novembro) sobre os rendimentos. Esta opção reduziria o impacto sobre a rentabilidade dos fundos de investimento.
O que se pode constata no balanço de novas aplicações e saques da poupança, o saldo dos últimos meses é positivo, movimento contrário aos dos fundos e aplicações em renda fixa, mas não nos montantes milionários previstos.
Assim sendo, se analisarmos o impacto da cobrança sobre a poupança, é importante frisar o grande prejuízo que esta medida acarreta para o "pequeno" poupador que, pela primeira vez, tem um rendimento equilibrado, comparado com mercado financeiro.
Desta forma, esta pequena vantagem desapareceria, devido à suposição do movimento de recursos "especulativos" para a poupança, pois ao primeiro sinal de aumento de taxa de juros, este recursos migram imediatamente para as outras opções de investimento, ou seja, o poupador "fiel" pagaria a conta mais uma vez.
Isto acaba por se tornar injusto, porque os investidores habituais em poupança, muitas vezes, não têm acesso a outros produtos, pois os volumes de investimento mínimos são maiores do que o recurso a ser investido, ou por falta de conhecimento de outras opções. O governo foi rápido em retroceder nessa decisão, altamente prejudicial ao poupador.