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Circuito Syngenta de Viola Instrumental chega a Passo Fundo com sotaque gaúcho
   
     
 


20/11/2009

Circuito Syngenta de Viola Instrumental chega a Passo Fundo com sotaque gaúcho
Evento gratuito reúne Levi Ramiro, Sidnei Oliveira e Valdir Verona no palco do Teatro Múcio de Castro

De uma porunga grande saem duas violas, muitas notas e sons que trilham causos, remetem às folias, ao cheiro de mato e de chão batido, ao homem do campo e à essência da cultura popular brasileira. Mestre na arte do “fazer”, do “tocar” e do “contar”, o artesão e violeiro Levi Ramiro sobe ao palco do Teatro Múcio de Castro, como anfitrião, dando continuidade ao Circuito Syngenta de Viola Instrumental. Com ele, dois convidados ilustres e também mestres da viola: Sidnei de Oliveira e Valdir Verona. Entre uma moda e outra, algumas histórias de grandes sertões e veredas. O show acontece na 6ª feira, 27, a partir das 20h e é gratuito. Os ingressos estarão disponíveis ao público na bilheteria do teatro, uma hora antes do show.

Passo Fundo é a 11ª cidade a receber o Circuito Syngenta de Viola Instrumental, que já passou por Vitória (ES), Paulínia (SP), São Paulo (SP), Uberlândia (MG) Campo Grande (MS), Ribeirão Preto (SP), Piracicaba (SP), Londrina (PR), Toledo (PR) e Sorriso (MT), sempre reunindo grandes nomes do gênero, a convite de Levi Ramiro. Para esta décima edição, o artesão e violeiro promete alguns clássicos como Tristeza do Jeca (Angelino de Oliveira) e Malandrinho (Tião Carreiro), além de suas próprias composições: Barroquinha, Sete Cores e Vaquejada.

O que o público de Passo Fundo pode esperar? “Um show de música instrumental mais descontraído, menos formal, uma verdadeira prosa de viola”, diz Levi Ramiro. O formato mescla música e prosa, com Ramiro como anfitrião, fazendo a “ponte” entre os violeiros e a platéia, através de “causos” e histórias pitorescas envolvendo a música regionalista de raiz. “Falaremos sobre a história de algumas músicas e a ligação do artista com sua terra”, complementa o violeiro.

Dentro deste contexto, o Estado do Rio Grande do Sul estará duplamente representado pelas violas de 10 cordas de Sidnei Oliveira, que é de São Francisco de Paula, e de Valdir Verona, natural de Caxias do Sul. O show marca também o encontro do aluno com o seu mestre. Oliveira, que foi o vencedor do Prêmio Syngenta de Viola Instrumental em 2004, iniciou o estudo de Viola (10 cordas), em Caxias do Sul, na Teclas & Cordas-Cursos de Música, tendo Valdir Verona como professor. Para esta edição do Circuito, Sidnei Oliveira promete composições próprias, como Caruí, onde presta uma homenagem a Almir Satter; uma música inspirada no folclore gaúcho, 10 Cordas e um Chamamé; e a inédita – Contra a Maré, que o público local irá conhecer em primeira mão. “Este show em Passo Fundo terá um sabor muito especial, marcado pelo reencontro com Verona e com a minha região, depois de cinco anos morando em São Paulo”, revela Oliveira, que já se apresentou em outras edições do circuito neste ano.

Valdir Verona vem recebendo reconhecimento nacional devido à qualidade e originalidade de sua proposta de trabalho com viola de 10 cordas. Seu mais recente projeto, o show “Uma Viola ao Sul”, traz arranjos novos a músicas gravadas em CDs anteriores e também composições inéditas, além de temas de autores que influenciaram seu trabalho, tanto na música do sul e na música regional brasileira. “É a minha primeira participação no Circuito e estou muito empolgado com esta oportunidade de mostrar meu trabalho ao lado de Sidnei e Levi. Minha expectativa é muito positiva”, afirma Verona, que promete um repertório com sotaque gaúcho, formado por O Com(passo) do Bugio, Cores de Outono, Das Bandas do Sol Poente e Chacareras para desvendar Caminhos. O show em Passo Fundo será recheado de improvisos e uma certeza: o gran finale, com todos os músicos na execução de um grande clássico do gênero.

O Circuito é uma iniciativa da Syngenta e recebe apoio do Ministério da Cultura, através da Lei Rouanet. São ao todo, 20 shows gratuitos até 2010. A proposta é valorizar a música regionalista e a cultura da viola instrumental, difundindo suas vertentes e dando ao público a oportunidade de assistir a espetáculos que remetem à sua própria identidade. “Nosso objetivo é contribuir para a valorização da viola caipira, do artista compositor e do instrumentista, buscando também prestigiar nosso principal parceiro, que é o homem do campo”, explica o gerente de relações institucionais da Syngenta, Guilherme Landgraf Neto.

Viola: porta voz do homem do campo

De origem ibérica, a viola foi introduzida no País pelos jesuítas e imigrantes portugueses. Estes últimos trouxeram danças, cantos camponeses, as folias de reis e outras manifestações, que foram incorporados à nossa cultura e “naturalizados”, assim como o instrumento, que sofreu evoluções. O pesquisador Alceu Maynard de Araújo, estudioso da cultura popular brasileira e da viola, reproduziu em seus registros, histórias contadas por seu avô, tropeiro entre 1870 e 1918: “ele nunca vira seus peões e camaradas viajarem sem sua viola, quase sempre conduzida dentro de um saco, amarrada à garupa de seu animal vaqueano. Não havia pouso que após o trabalho azafamado do dia, não tocassem antes de dormir o sono reparado”. Do Pantanal ao Rio Grande do Sul, de Minas, São Paulo até as terras capixabas ou paranaenses, a viola, mais do que proporcionar momentos de lazer e descontração depois de um árduo dia de trabalho, se transformou em uma forma de expressão. Identifica e reproduz a vida do homem do campo.

A viola ganhou a cidade, seus auditórios e rádios a partir de 1910, numa iniciativa do folclorista Cornélio Pires, que promoveu um programa de violas em Tietê e posteriormente organizou um festival em São Paulo. Quase um século depois, a Syngenta reúne um time de exímios violeiros – além de Levi Ramiro, Sidnei de Oliveira e Valdir Verona estão: Fernando Caselato, Paulo Freire, André Siqueira, Vinícius Alves, Renato Teixeira, Fabrício Conde, Zeca Collares, Milton Araújo, Júlio Santin e o vencedor do 2º Prêmio Syngenta de Viola Instrumental, Chico Moreira – para percorrer cidades, promovendo a cultura da viola. “O circuito Syngenta, realizado em nível nacional, oferece aos músicos a oportunidade de divulgar seus trabalhos e também permite ao público acompanhar de perto este movimento da nossa música tão carente de espaços e que além de despertar a nostalgia da vida do campo mostra uma grande variedade de estilos, muita sensibilidade, ousadia, poesia, enfim, os antigos e novos caminhos da viola”, conta o violeiro Levi Ramiro.

Caminhos novos e promissores. A viola vive um momento de valorização. A Escola de Comunicações e Artes da USP passou a oferecer em 2009, no campus em São Paulo, bacharelado em viola caipira, sendo uma das variações do curso de graduação em Música. É o único do mundo. A coordenação está a cargo do pesquisador, professor e violeiro, Ivan Vilela, que também pertence ao time de atrações do Circuito Syngenta de Viola Instrumental ao longo do ano.

Fonte: Mendes & Nader Comunicação
Autor: Ana Cláudia Siqueira
Revisão e edição: Jaqueline Crestani

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