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Empresas buscam novo consumidor nordestino
   
     
 


11/12/2009

Empresas buscam novo consumidor nordestino
Taxas de crescimento da região vêm se mantendo consistentemente acima da média nacional nos últimos anos

Tema recorrente nos discursos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o "resgate da autoestima da população brasileira" tem no Nordeste, região onde nasceu Lula, o principal exemplo. Região que tem mais pessoas beneficiadas pelo Bolsa-Família (6.238.155 em outubro, segundo o Ministério do Desenvolvimento Social, correspondente a 49,96% do total) e proporcionalmente tem mais trabalhadores que recebem até um salário mínimo por mês (48,17% do total, ante 29,08% da média nacional, segundo o IBGE), o Nordeste mostra o poder dos programas de distribuição de renda e dos consecutivos reajustes do salário mínimo acima da inflação na economia.

Com mais poder de consumo, a população compra mais, o que fortalece os varejistas e incentiva os empreendedores a investir. Com mais lojas, há mais demanda para a indústria, que se instala na região para melhor atender aos pedidos. O fortalecimento da cadeia faz crescer o mercado de trabalho, dando mais opções de empregos à população. "É um ciclo muito benéfico", avalia o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Salvador , Antoine Tawil.

É nesse ciclo que se baseiam as taxas de crescimento da região, que vêm se mantendo consistentemente acima da média nacional nos últimos anos. Desde 2005, a taxa média de crescimento do PIB do Nordeste é de 4,725%, ajudando a puxar para cima o PIB nacional, que registra média de 4,5% de aumento por ano. Este ano, mesmo com a crise, a expansão do PIB do Nordeste deve ser de 1,5%, enquanto a média nacional deve ficar em torno de zero.

De acordo com a CDL, nos últimos cinco anos o mercado varejista de Salvador cresceu, em média, 8,52% por ano - com picos de mais de 10% de crescimento em 2006 e 2007. Mesmo com a crise econômica mundial, o crescimento registrado em 2008 foi de 7,98% e em 2009, até setembro, de 5,5%.

Quem percebeu a movimentação da economia do Nordeste com mais antecedência hoje colhe os frutos da aposta. A multinacional de alimentos Nestlé, por exemplo, inaugurou uma fábrica em Feira de Santana (BA), 110 quilômetros a oeste de Salvador, em fevereiro de 2007. Foi a primeira unidade da empresa no mundo a fabricar produtos exclusivamente para um mercado específico, com base no poder aquisitivo do público-alvo e nos gostos da população da região.

Saem de lá, por exemplo, pacotes de biscoitos Bono e Negresco 30% menores (140 gramas) que os encontrados no Sudeste, além de marcas específicas, como a linha de café solúvel Dolca, de sabor menos amargo que o do Nescafé tradicional.

Um ano e quatro meses depois da inauguração, foram anunciados novos investimentos na unidade, de R$ 50 milhões, para fazer a produção saltar de 40 mil para 120 mil toneladas por ano. "A participação do mercado nordestino na operação brasileira da Nestlé já é de 36% e cresce o dobro da média nacional", explica o presidente da empresa, Ivan Zurita.

De lá para cá, outras indústrias tradicionais apresentaram planos, com foco no mercado nordestino. Kraft, Sadia e Perdigão instalaram-se em Pernambuco, com investimentos somados de R$ 700 milhões. A fabricante de brinquedos Estrela escolheu Sergipe para montar uma unidade de produção que vai abastecer exclusivamente o Norte e o Nordeste - segundo comunicado da empresa, mercados nos quais são valorizados "brinquedos maiores e mais baratos". O investimento é de R$ 10 milhões.

Grandes redes varejistas que, por décadas, desprezaram a região, agora anunciam investimentos. O exemplo mais categórico foi das Casas Bahia, que depois de 52 anos resolveu este ano se instalar, com quatro lojas, no Estado que lhe dá nome, para iniciar suas operações no Nordeste.

Dois meses depois, a gigante do varejo comprou uma rede local de eletrodomésticos, a Romelsa, com 17 lojas. Na semana passada, as Casas Bahia comunicaram que estudam a possibilidade de adiantar a instalação de uma fábrica de móveis Bartira, integrante do grupo, em Camaçari.

A rede paulista de cafeterias Fran"s Café também inaugurou uma loja da franquia em Salvador em 2007. "Imaginávamos que havia espaço para uma loja do tipo na cidade, funcionando 24 horas, já que não havia nada parecido", conta a franqueada Daniela Luz. Em dois anos, ela e a sócia, Andrea Rosa, abriram mais duas lojas na capital baiana. A rede McDonald''s também passou a reforçar bases na região. Este ano, das 24 novas lojas inauguradas no País, seis estão no Nordeste.

No setor imobiliário, o maior empreendimento residencial em construção no Brasil está em Salvador. O Le Parc, instalado no meio do caminho entre a principal região comercial da cidade, o Iguatemi, e o aeroporto, vai ter 1.138 apartamentos distribuídos por 18 torres, todas unidades para a classe A - preços a partir de R$ 420 mil. Para surpresa até dos empreendedores - a paulista Cyrela, que chegou à região há dois anos, e a baiana Andrade Mendonça -, que planejavam lançar conjuntos de quatro ou cinco prédios por vez, mil unidades foram vendidas em menos de um ano.

Fonte: O Estado de S. Paulo
Autor: Tiago Décimo
Revisão e edição: de responsabilidade da fonte

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