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ONG Brasil consolida novos paradigmas para o Terceiro Setor no País
   
     
 


14/12/2009

ONG Brasil consolida novos paradigmas para o Terceiro Setor no País
Evento inédito no Brasil reuniu, durante três dias, em São Paulo, organizações não governamentais, poder público e empresas para discutir os rumos do setor

O início de uma nova fase no Terceiro Setor, com mais sustentabilidade, profissionalismo e redes sociais consolidadas. Essa é a marca que fica da ONG Brasil, evento inédito no País realizado entre os dias 3 e 5 de dezembro, no Expo Center Norte, em São Paulo, que reuniu 300 expositores entre ONGs, institutos e fundações ligadas ao governo e à iniciativa privada, e recebeu 9.814 visitas. Organizado pela UBM Brazil, subsidiária brasileira da United Business Media, empresa líder global em mídias de negócios, e pela Secretaria de Participação e Parceria de São Paulo, o evento ofereceu, gratuitamente e sem fins lucrativos durante três dias, oito palestras, três debates, cinco mini-cursos, 17 mesas-redondas, duas apresentações de cases e intercâmbio com ONGs internacionais.

Com cerca de meio milhão de reais investidos pela UBM Brazil, a proposta foi de promover a busca pela profissionalização e sustentabilidade das organizações não governamentais. Possibilitou, tudo gratuitamente para as entidades, o acesso a aprendizagem e esclarecimentos de temas que estão na agenda como o Fundo Municipal da Criança e do Adolescente (Fumcad), comunicação, captação de recursos e a legitimidade das ONGs. A ONG Brasil discutiu, ainda, os rumos do Terceiro Setor no País, estimulou o networking entre as organizações participantes e ofereceu a empresas a oportunidade de aprofundar os conceitos de responsabilidade social em suas corporações.

Os dois primeiros dias da feira foram dedicados ao encontro, cursos e debates entre os setores não governamental, governamental e privado, enquanto que no terceiro e último dia, foi aberto ao grande público, que pode conhecer os trabalhos feitos pelas ONGs participantes e assistir a apresentações artísticas.

A abertura oficial aconteceu na manhã do dia 3, no auditório principal, com a presença do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab; do secretário municipal de Participação e Parceria, Ricardo Montoro; do presidente do Sindicato dos Contabilistas de São Paulo (Sescon), José Marina Chapina Alcazar; do presidente da Fundação Gol de Letra, o ex-jogador Raí de Oliveira; do diretor da Expo Center Norte, Sérgio Pasqualin; e do diretor executivo da UBM Brazil, Joris van Wijk. “É uma grande satisfação realizar este evento. A UBM investiu meio milhão de reais na ONG Brasil para poder estimular e promover a profissionalização das organizações não governamentais no País. Tivemos mais de três mil inscritos para os cursos e seminários. Levaremos o que está sendo feito aqui para Inglaterra, Índia e China”, afirmou Joris.

O prefeito Gilberto Kassab destacou a importância da feira: “minha presença aqui simboliza o respeito que tenho para com o terceiro setor e o quanto necessito dele. Hoje vivem 11 milhões de pessoas em São Paulo e, em 10 anos, as projeções dizem que seremos a maior cidade do mundo. Só vamos resolver os desafios se tivermos o apoio das ONGs. Eventos como esse promovido pela UBM ajudam a encurtar os caminhos para encontrarmos as soluções”. Ele ressaltou a necessidade da integração entre todos os setores da sociedade. “Isoladamente nem o poder público, nem a iniciativa privada e nem as ONGs, vão resolver os problemas. Precisamos que todos atuem juntos”, concluiu.

Dentro da programação de abertura foi realizado o debate “O Terceiro Setor e os Mecanismos de Financiamento das Políticas Públicas”, mediado por Ricardo Montoro, que elogiou a iniciativa da UBM e chamou a atenção para o ineditismo e ousadia: “sempre digo que o governo pode muito, mas não pode tudo. Precisamos das ONGs e reuní-las todas em um só lugar é algo que nunca aconteceu antes no País”.

Mesmo atuando no terceiro setor há mais de dez anos, o ex-jogador Raí de Oliveira, presidente da Fundação Gol de Letra, nunca havia visto um encontro reunindo as principais ONGs do Brasil. “Vivi muitos anos na França e lá há uma cultura essencialmente associativa. Isso ainda é recente por aqui. Esse inédito evento da UBM mostra, portanto, que o momento do Terceiro Setor é o de buscar a profissionalização. A tendência é só crescer”, disse. O presidente do Sindicato dos Contabilistas de São Paulo (Sescon), José Maria Chapina Alcazar, também abordou, em sua fala, a necessidade da profissionalização do setor. “algumas entidades fazem uma administração caseira dos seus recursos, o que acaba acarretando problemas. Por conta disso, é fundamental procurar profissionais de contabilidade especializados para atender o terceiro setor”.

Quem também esteve no Expo Center Norte, durante o início dos trabalhos da ONG Brasil, foi o vereador Netinho de Paula, que destacou a inédita iniciativa da UBM Brazil em realizar uma feira reunindo organizações não governamentais. “É uma grande inovação, principalmente por que parte de uma empresa privada. A UBM teve a excelente idéia de reunir em um único espaço ONGs que trabalham os mais variados temas. Acho que merece até um apoio maior. No próximo ano com certeza será ainda melhor”, afirmou. O Instituto Casa da Gente, ONG criada pelo parlamentar que é cantor e apresentador de tevê, expôs no evento.

Netinho ressaltou, ainda, a importância das organizações não governamentais para a sua atuação na Câmara Municipal. “Eu presido a Comissão da Criança, Adolescente e Juventude e nós detectamos onde estão os grandes nós sociais de São Paulo. Estamos sempre em contato com as ONGs. Por isso felicitamos iniciativas como essa da UBM, já que estimulam não apenas os agentes sociais, mas também aqueles que dependem do trabalho das ONGs”.

Encontro entre empresas e ONGs

A ONG Brasil foi a primeira feira realizada no Brasil que reuniu, em um só lugar, organizações não governamentais interessadas em estreitar o contato com empresas que buscam implantar ou aperfeiçoar os conceitos de responsabilidade social.

Para o gerente de projetos da área de Cidadania Corporativa da IBM Brasil, Alcely Strutz Barroso, a iniciativa é inovadora e reforça a importância da atuação conjunta entre a iniciativa privada, ONGs e governos, em projetos de interesse público. “O evento contribuiu para a reflexão de como podemos fortalecer os modelos de gestão de parceria público-privada”. Segundo Alcely, a IBM acredita que o desenvolvimento social, econômico e ambiental é o resultado do esforço conjunto entre vários setores da sociedade. “Dessa forma, a participação da empresa foi essencial para conhecermos novos projetos que podem render futuras alianças", afirma a gerente.

Segundo a coordenadora de serviço socioambiental da Marfrig Alimentos S.A, Maria de Fátima Seixas, companhia de alimentos com atividades nos segmentos de processamento e distribuição de produtos de carne bovina, suína, ovina e avícola, o evento foi bastante interessante neste aspecto. “Este é o caminho porque estamos precisando disso para desenvolver um mundo melhor. Fiz bastantes contatos durante a feira, o que foi importante para a realização, no próximo ano, dos projetos da empresa na área de responsabilidade socioambiental. O evento foi muito, mas muito bom mesmo”, declarou a coordenadora.

Entidades fazem balanço positivo

Cerca de 300 ONGs expuseram seus projetos e trabalhos na ONG Brasil e o balanço foi extremamente positivo. Além da possibilidade de tornar seus projetos mais conhecidos para colaboradores, empresas e pessoas interessadas em fazer trabalho voluntário, essas organizações puderam estabelecer e consolidar redes sociais com outras entidades. Exemplo disso é da organização não governamental Reciclar é Vida, que chamou a atenção dos visitantes e principalmente dos especialistas no tema com trabalhos feitos em pneu reciclado. “Somos uma ONG nova no setor e a feira nos deu a visibilidade desejada. Outras ONGs e palestrantes, principalmente, ficaram interessados no nosso trabalho. Temos a esperança de que em breve façam contatos conosco”, disse uma das coordenadoras da ONG, Dirce Fittipaldi.

Alguns expositores iniciaram relações com empresas para uma futura parceria, caso da Associação Prato Cheio, ONG paulistana que combate o desperdício arrecadando cerca de 200 toneladas de alimentos reaproveitáveis por mês e distribuindo para 50 instituições dos mais variados segmentos. “O evento foi muito bem elaborado. Trocamos muita experiência e fizemos, por exemplo, o contato com um empresário que trabalha com queijos que está disposto a nos ajudar”, afirmou a relações públicas da entidade, Renata Espírito Santo.

Outras ONGs saíram da feira com a perspectiva de aumentar seu rol de colaboradores. Danila Martins, da Sociedade Bíblica do Brasil, foi uma delas. “Foi uma experiência ímpar, por ser a primeira feira. Muitas pessoas não conheciam a entidade e nem os seus projetos sociais. Saímos daqui com muitos contatos e a possibilidade de criar novas parcerias para que outras organizações sejam beneficiadas por nossos projetos também. Muitos se interessam pelo nosso trabalho visitando nosso estande e podem ser nossos novos doadores em breve”.

A presidente do Movimento de Mulheres do Jardim Comercial, Mirtes Izabete de Souza, ficou satisfeita por expor o trabalho que vem realizando há 20 anos na Zona Sul de São Paulo na recuperação de mulheres que tiveram problemas com alcoolismo e consumo de drogas. O destaque do estande da entidade foram os livros educativos confeccionados manualmente e que chamou a atenção de quem visitou a feira. “O evento pode dar visibilidade para um trabalho que, por vezes, não tem lugar para ser divulgado. Espero que a ONG Brasil continue sendo realizada para ampliarmos o nosso projeto”.

Quem também terminou o evento com boas expectativas de ampliar a visibilidade por conta dos contatos feitos foi o Espaço Girassol, ONG que trabalha com portadores de HIV, tuberculose, hepatite e deficientes físicos na região do ABC. “Divulgamos muito nosso trabalho. Acabamos com a carga de panfletos que trouxemos, que passava de 300 impressos. Distribuímos muita informação e esperamos ter um retorno posterior de apoiadores e colaboradores. Se não tivéssemos um espaço assim como a ONG Brasil, ninguém ficaria sabendo do nosso trabalho, não conseguiríamos falar pra ninguém”, destacou Christiane Frug, uma das colaboradoras da entidade.

A Fundação Gol de Letra faz o mesmo balanço: muitas parcerias e redes serão formadas a partir do evento. “Viemos para sentir e conhecer as ONGs. Foi importante para fazer networking, porque conhecemos outras instituições que podem ser nossos parceiros no futuro próximo”, disse Joyce Santana, uma das colaboradoras da ONG criada pelo ex-jogador Raí e pelo atual técnico do Milan, o também ex-jogador Leonardo.

A ONG Brasil reuniu também aquelas entidades que estão preocupadas em ajudar no desenvolvimento do Terceiro Setor de forma global, estimulando a regulamentação, profissionalização e sustentabilidade. A Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (Abong) é uma delas. “A iniciativa foi válida e excelente por que deu visibilidade para que pessoas perguntem sobre os trabalhos feitos para as ONGs. Foi importante participar do evento porque pudemos fazer uma articulação com as ONGs participantes. Muitas delas vieram ao nosso estande para saber como se cadastrar, pegaram nossas publicações”, disse Marta Vieira, uma das colaboradoras da entidade, que tem 270 organizações não governamentais associadas no Brasil inteiro.

Quem faz trabalho semelhante é o Instituto da Criança, que surgiu no Rio de Janeiro e agora também está em São Paulo realizando um trabalho de incubadora social, apoiando jurídica e financeiramente ONGs já existentes. “Eu considero de extrema importância porque é possível mostrar que é possível mudar a sociedade do ´eu` para a sociedade do ´nós`. Precisamos saber que é necessário dividir e multiplicar as oportunidades”, disse Renata Melillo, uma das coordenadoras do instituto.

Algumas ONGs já estão aguardam a segunda edição do evento como Daniel Jo, presidente da International Youth Fellowship (IYF). “Ficamos muito contentes por participar. Graças à ótima estrutura pudemos divulgamos nosso trabalho e projeto, além de conhecer outras ONGs. Todos unidos conseguiremos atingir nossos objetivos. Tem pessoas que não acreditam no Terceiro Setor, mas com eventos como a ONG Brasil esse conceito pode ser mudado. Queremos ser convidados para as próximas feiras”, disse.

Fonte: Soma Comunicação
Autor: Cássia Magalhães e Alessandro Padin
Revisão e edição: Jaqueline Crestani

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