Atualizações sobre os principais avanços em imunobiológicos, imunoterapias, vacinas, legislação e gestão foram alguns dos temas abordados no 1º Simpósio de Pesquisa Clínica do Instituto Ceos, realizado durante o Health Meeting & Innovation, na PUCRS, em Porto Alegre, nesta quarta-feira (13).
De acordo com Paulo Pitrez, CEO do Instituto Ceos, este é um momento propício para se discutir o assunto, pois há estudos em desenvolvimento de forma global de novas terapias que estão mudando a forma de se tratar doenças. "Então, pela manhã abrirmos a discussão mais científica, sobre o que tem de mais novo na área da oncologia, vacinas contra problemas respiratórios e doenças crônicas na área da neurologia, dermatologia, gastroenterologia, entre outras", afirmou o dirigente.
Abrindo as palestras da tarde, o deputado Pedro Westphalen detalhou sobre a Lei 14.874/2024 e seu impacto no segmento.
"Esta proposta estava parada no Congresso desde 2017. Eu vi que era uma lei importante para desburocratizar a pesquisa clínica do Brasil, que tinha empecilhos burocráticos e ideológicos muito significativos. Nós conseguimos fazer um trabalho na Câmara Federal para destravar e fazer com que esses mais de R$ 170 bilhões aplicados em pesquisa fiquem no Brasil. As nossas melhores mentes de pesquisa estavam saindo do país", salientou o parlamentar.
Na sequência, o infectologista, pesquisador e diretor técnico do Hospital São Lucas da PUCRS, Fabiano Ramos, e o fundador da Associação Crônico do Dia a Dia, Gustavo San Martin, trouxeram a visão do médico e do paciente de pesquisa clínica no Brasil.
Conforme explica o portador de esclerose múltipla, há milhões de indivíduos impactados pelas doenças raras no País. Em contrapartida, a produção de políticas públicas sobre essas enfermidades ainda é fraca.
No âmbito da gestão desses institutos, a farmacêutica Bruna Donida, gerente de Pesquisa do Instituto Ceos analisou o contexto brasileiro no ramo. "Hoje a gente ocupa um ranking muito inferior do nosso potencial aqui no Brasil. Temos uma população extremamente diversa e o sétimo mercado farmacêutico do mundo, mas isso não é refletido nos nossos números já que ocupamos a 21ª posição no ranking mundial", resumiu.
Ao final, painel conduzido pelo diretor de Educação do Instituto Ceos, Willian Adami, abordou a questao da excelência dos centros de pesquisa.
"Temos também um braço de educação, que busca formar pesquisadores. Não se trata só de ensinar alguém para dominar a área da pesquisa clínica, mas também formar a figura do coordenador de pesquisa, por exemplo. Aí está o futuro do segmento de pesquisa, pois, na medida em que a gente tem mais centros com profissionais qualificados, o patrocinador, que é a indústria farmacêutica, que vai certamente querer investir mais em desenvolvimento de novas drogas", concluiu.