No Dia Mundial de Combate ao Câncer, celebrado em 8 de abril, duas histórias reais mostram como uma técnica inovadora, a crioablação com nitrogênio, pode oferecer uma alternativa menos invasiva, mais rápida e altamente eficaz no tratamento de tumores.
O câncer continua sendo uma das doenças mais desafiadoras da atualidade. Porém, cada vez mais, surgem tecnologias que não apenas tratam a doença, mas devolvem qualidade de vida aos pacientes. Uma dessas inovações é a crioablação com nitrogênio, que utiliza o congelamento para destruir tumores sólidos, preservando tecidos saudáveis.
Disponível no Brasil por meio da KTR Medical, a crioablação com tecnologia israelense IceCure, vem sendo aplicada com sucesso em casos de câncer de rim, mama, pulmão, fígado e ossos, principalmente quando os tumores são detectados precocemente.
"Eu fui diagnosticada por acaso, e a crioablação mudou tudo", FG, 33 anos, paciente com tumores sincrônicos no pulmão e no rim
Durante a pandemia de COVID-19, FG fez uma tomografia pulmonar. O que parecia apenas mais um exame de controle acabou revelando um pequeno nódulo no pulmão. "Acompanhei esse nódulo por dois anos. Ele era estável, até que um leve crescimento acendeu o alerta. O PET-CT confirmou que era maligno."
Mas o maior susto ainda estava por vir. Uma ressonância de abdômen, feita como precaução, identificou um segundo tumor, desta vez no rim. "Foram dois diagnósticos primários distintos, o que é extremamente raro, ainda mais na minha idade e sem histórico familiar."
Ela passou por cirurgia pulmonar com sucesso, mas não estava pronta para enfrentar outro procedimento invasivo. Foi aí que conheceu a crioablação. "Confesso que tive dúvidas. Pesquisei, conversei com médicos no Rio e em São Paulo. Todos me tranquilizaram sobre a segurança do método, especialmente no meu caso: um tumor pequeno e superficial no rim, ideal para o procedimento."
A experiência foi surpreendente. "Fiquei um único dia internada. No dia seguinte, saí andando. Em uma semana, já estava na praia jogando beach tennis. Nenhuma dor, nenhum efeito colateral, e até hoje, nove meses depois, os exames seguem perfeitos."
"A crioablação me deu o que eu mais queria: tempo e dignidade", Danilo Santos, 64 anos, paciente renal com síndrome de Von Hippel-Lindau
Danilo convive com uma condição genética rara que causa o surgimento de tumores em várias partes do corpo. Desde os 23 anos, passou por múltiplas cirurgias, incluindo a retirada do rim direito.
Quando o único rim restante começou a falhar, e os tumores atingiram 6 centímetros, ele enfrentou dores intensas, sangramentos e risco de diálise. "O plano de saúde negou a crioablação, mesmo com laudos médicos. Entrei com ação judicial e consegui uma liminar. Foi a minha chance."
O procedimento foi um divisor de águas. "A técnica congelou e destruiu os tumores com precisão. A função renal melhorou e pude evitar a hemodiálise. No dia seguinte à cirurgia, fui para casa. Para quem já enfrentou tantas internações, isso foi inacreditável."
Danilo encerra seu relato com emoção. "Eu sou um milagre. E a crioablação fez parte disso. Hoje estou vivo, ativo, com dignidade e esperança renovada."
Crioablação: o futuro do cuidado oncológico já começou
A técnica é realizada com a inserção de uma sonda no tumor, guiada por imagem. O congelamento a temperaturas extremamente baixas provoca a destruição celular, preservando o tecido saudável ao redor. O procedimento é minimamente invasivo, com rápida recuperação e sem necessidade de cortes ou longas internações.
Quem reforça a importância da tecnologia é o Dr. Felipe Roth, radiologista intervencionista. "A crioablação é uma das terapias minimamente invasivas mais seguras e eficazes que temos hoje para tumores pequenos. É um procedimento rápido, o paciente tem alta precoce e, muitas vezes, evita uma cirurgia de grande porte com internação e risco maior."
A crioablação representa uma virada de chave no enfrentamento do câncer. Mais do que uma técnica, ela é uma resposta de esperança, agilidade e humanidade, conclui Roth.