Nesta data, a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos, ligada à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), vai divulgar o porcentual autorizado de reajuste dos produtos. O valor corresponderá à inflação acumulada entre março de 2009 e fevereiro de 2010 segundo cálculos da consultoria econômica Tendências, o índice deve atingir 4,91%.

Este deve ser o aumento máximo. Ficam sujeitos a essa alta uma categoria de medicamentos em que os genéricos respondem por menos de 15% do mercado. Já quando a penetração dos genéricos fica entre 15% e 20%, a previsão de aumento é de 4,72%. Quando é superior a 20% de genéricos, o reajuste será menor, devendo chegar a 4,53%, também segundo estimativa da Tendências.

Embora o aumento deva pesar no bolso do consumidor em especial dos mais idosos , ele será menor que o registrado no ano passado, quando o porcentual autorizado pela Anvisa ficou em 5,9%. Mesmo assim, entidades de defesa do consumidor defendem que o reajuste poderia ser ainda mais baixo, ou até negativo.

Para fazer essa reivindicação, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) usa como argumento a pesquisa que a entidade realizou no ano passado, mostrando que os preços máximos autorizados pela Anvisa para os medicamentos chegam a ser 336% mais altos que os praticados de fato pelas drogarias.

"Isso mostra que as empresas não apenas têm condições de cobrar menos como de fato estão vendendo os remédios a preços mais baixos que aqueles permitidos pela Anvisa", conclui Mirtes Peinado, consultora técnica do Idec. "Então por que a Anvisa define o reajuste pela inflação, em vez de usar como critério o monitoramento do mercado?"

Além do consumidor, as operadoras de planos de saúde também sofrem com a mudança. Os medicamentos respondem por cerca de 45% dos custos de uma internação hospitalar.