Mesmo admitindo que o alto preço do etanol nos posto não afeta a venda dos carros flex, o presidente da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), Sérgio Reze, criticou o sistema de preços dos combustíveis no Brasil.
"Ainda bem que vivemos a era do carro flex, assim, se o etanol chega a preços exorbitantes como estamos vendo no momento, o proprietário pode usar a gasolina. Houve uma época em que na TV havia muitas propagandas a favor do carro a álcool, dizendo que o preço desse combustível era muito vantajoso. Aí, muita gente comprou, houve quem convertesse o sistema de combustível do carro que já tinha, e acabou que o preço subiu absurdamente e muita gente perdeu muito dinheiro. Pelo menos dessa vez, isso não vai acontecer, mas é preciso que haja uma mudança nesse sistema", explicou.
Regulação dos estoques
Em entrevista coletiva, o presidente fez duras críticas aos postos de gasolina. "Esses postos agem de forma muito desrespeitosa com seus clientes. Se o preço do combustível sobe na usina, em menos de 24 horas o repasse está na bomba, mas, se o preço cai, demora mais de 15 dias para eles fazerem essa atualização e é isso que está acontecendo agora".
Reze defendeu ainda que deveria haver uma fiscalização sobre os preços praticados. "Acredito que deveria haver uma pessoa que fiscalizasse o preço. Se a nova compra já veio mais barata, o dono deveria ser obrigado a modificar os preços cobrados do consumidor final imediatamente".
Além disso, o executivo afirmou que o governo precisa exigir estoques reguladores para evitar alterações tão significativas de preços."O que aconteceu nesses últimos meses não pode se repetir. O preço do etanol subiu absurdamente porque não haviam estoques. Com a entressafra e o período das chuvas, a oferta ficou escassa e foi preciso subir o preço, para evitar a falta do produto. Se o Brasil tivesse estoques suficientes, isso não aconteceria".
Ao final do encontro, questionado porque o preço dos combustíveis em geral é tão alto no Brasil, Reze apenas respondeu: "porque aqui não há concorrência na fabricação desses produtos".