No estudo, foi constado que, enquanto as classes A e B utilizam o celular apenas para fazer e receber ligações, a classe C faz o download de músicas, tira fotos e troca esses arquivos com outras pessoas.

 

"Isso acontece porque uma pessoa da classe C não tem condições de comprar o melhor celular, a melhor câmera e o melhor MP3. Então ela vai buscar um aparelho que atenda a todas as suas necessidades e vai usar todas essas funções", afirma a publicitária Mari Zampol. Ela explica ainda que os aparelhos tecnológicos representam para os consumidores da classe C não só status, mas também uma forma de mostrar que "está antenado com as novas tecnologias".

 

 

Segundo Mari, não é raro encontrar pessoas dessa classe, que possuem mais de um chip de celular, de operadoras diferentes, como uma forma de economizar dinheiro. "Esse consumidor sabe qual o horário que é mais barato com determinada empresa e também sabe para quem é mais barato ligar com aquela operadora", explica.

 

Mas, além de economia, a tecnologia é vista como uma forma de obter informação e conhecimento. Entre os itens mais desejados por esse público, está a banda larga, sendo que o computador, segundo Mari, é apenas uma ponte até esse serviço.

 

"A classe C quer a banda larga para fazer pesquisas, principalmente naquelas famílias que têm estudantes, além de ver e-mails e manter contato com as pessoas. Eles procuram a tecnologia como uma forma de inclusão social, para ter acesso a todas as informações que queiram", diz.

 

A pesquisa também mostrou que o acesso à tecnologia provocou mudanças comportamentais nessa classe, principalmente nas mulheres, que, se antes só pensavam em dar educação aos filhos, por não terem tido essa oportunidade, hoje buscam investir na própria educação. Por meio da internet, a busca por cursos técnicos e de língua estrangeira aumentou consideravelmente.