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Meirelles sai?
   
     
 


11/03/2010

Meirelles sai?
Na dúvida, juro sobe

O mercado nem reparou que o IPC perdeu força, cedendo de 0,75% para 0,43%. O calendário político-eleitoral também pode afetar este Copom. Os comentários foram de que Meirelles já pode ter-se decidido por deixar o BC no dia 31 de março para tentar a indicação à vice na chapa de Dilma Rousseff e que o seu sucessor seria o atual diretor de Normas, Alexandre Tombini, um funcionário de carreira ao qual parte do mercado faz objeções.

Há dois tipos de inquietações sobre a troca no BC. Mas as duas acabam pressionando os juros. A primeira é a nomeação de um economista menos ortodoxo, tendente a fazer um aperto bem light. O efeito é um contágio negativo do IPCA para 2011, que hoje está na meta. Os juros teriam de subir mais ainda no longo prazo. A segunda sustenta que, se escolhido, Tombini deverá, no exercício da presidência do BC, ser mais técnico do que o político Meirelles. Ao contrário deste, raciocinam alguns analistas, Tombini não gostaria de marcar o início de sua gestão - ou a sua administração transitória se o escolhido pelo próximo presidente for outro - por um rompimento do centro da meta. Tombini trabalharia para trazer o IPCA para o centro de 4,5% já neste ano. Para tanto o BC não pode protelar o movimento de aperto. Se o início ocorrer apenas no Copom de 28 de abril, a Selic teria de subir muito para que a inflação caísse para 4,5%. A expectativa do Boletim Focus é de 4,99%. Haveria um acordo para que Tombini não recebesse de Meirelles o farto da primeira alta. Para outros economistas, o sucessor de Meirelles, sendo Tombini ou alguém de fora, terá de aceitar o fato de que será muito oneroso fazer convergir no curto prazo o IPCA para a meta. Deve trabalhar para alcançá-la no ano que vem. Ainda no terceiro mês, 2010 já seria um caso perdido. Mas não será um estouro de meio ponto, provocado por choques de oferta, que irá abalar a credibilidade do Copom.

A economista-chefe da Icap Brasil, Inês Filipa, diz que, embora técnico, Tombini, tem "um perfil um pouco diferente da ortodoxia monetarista esperada pelo mercado, tendo simpatia pelas ideias da Fazenda e fazendo parte da ala menos conservadora do grupo". Apesar do seu perfil, em princípio, menos rigoroso, sua postura nas reuniões é, no entender de Filipa, equilibrada, focando sua decisão nos riscos inflacionários e no comprometimento com as metas. "Portanto um nome já esperado e que não deverá causar nenhum tipo de estresse no mercado financeiro", acredita a economista.
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Com suas atuações no mercado de câmbio à vista, o BC pode ter aberto uma via importante à apreciação do real. Isso ajuda a combater a inflação porque os importados ficarão mais baratos. Pode ser um sinal de que o aperto monetário não será muito intenso. Apesar de ter-se ampliado o déficit do fluxo cambial na primeira semana de março, o BC persistiu atuando pesadamente na ponta de compra de moeda. Em fevereiro, para um fluxo cambial negativo em US$ 399 milhões, comprou US$ 350 milhões. Em março, o déficit subiu para US$ 1,21 bilhão e suas aquisições para US$ 797 milhões. Se o BC compra mais do que está sobrando - ou, no caso atual, compra a despeito de estar faltando - na verdade ele está retirando posições "compradas" registradas à vista pelos bancos. Segundo o diretor da NGO câmbio, Sidnei Nehme, com suas intervenções o BC praticamente "zerou" as posições compradas. As posições acima de US$ 2 bilhões, que agora estão em somente US$ 68 milhões, vinham formando um colchão de liquidez que amortecia a queda do dólar. Agora a moeda não tem mais esta sustentação natural. Ontem o dólar caiu 0,50%, cotado a R$ 1,7730. No mês já acumula perda de 1,88%. No ano ainda há uma valorização, de 1,72%, que tente a ser rapidamente devolvida se as condições externas não servirem de anteparo.

Fonte: Valor Econômico
Autor: Luiz Sérgio Guimarães
Revisão e edição: de responsabilidade da fonte

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