Pesquisa realizada pela UN-Habitat (Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos), intitulada Estado das Cidades do Mundo 2010/2011: Unindo o Urbano Dividido, mostra que as cidades brasileiras estão entre as mais desiguais do mundo.
De acordo com o estudo, as cidades brasileiras de Goiânia, Fortaleza, Belo Horizonte e Brasília são mais desiguais, no que diz respeito à distribuição de renda, do que cidades de países como Colômbia, Argentina e República Dominicana.
Nas primeiras posições do ranking das cidades mais desiguais do planeta estão os municípios localizados no sul do continente africano.
Favelização
Ainda segundo o estudo, a maior parte dos africanos (71%), asiáticos (69%) e latino-americanos (59%) veem as reformas urbanas servindo apenas aos interesses dos mais ricos, com o dinheiro sendo distribuído em áreas não-prioritárias, por conta de pressões exercidas por grupos de interesse.
No que diz respeito ao processo de favelização, a América Latina e o Caribe possuem 23% de sua população urbana, o que equivale a 110,7 milhões de pessoas, vivendo em favelas. Apesar disso, aponta o relatório, 30 milhões de pessoas saíram desta condição de moradia entre os anos de 2000 e 2008, o que significa uma redução de 19,5%.
O Brasil reduziu sua população residente em favelas em 16%. Entretanto, os países mais bem sucedidos na região foram Argentina, Colômbia e República Dominicana, que diminuíram em mais de um terço o número de moradores residentes em favelas.