Numa reação um tanto tardia – o projeto já foi aprovado em definitivo pela Câmara Municipal de São Paulo e seguiu para o prefeito Gilberto Kassab, para sanção ou veto – representantes da Federação Paulista de Futebol e da Globo Esportes participaram nesta terça-feira de uma audiência na Câmara para discutir a proposta que proíbe o encerramento de eventos esportivos após as 23h15 nos dias de semana, em toda a capital paulista.

O diretor executivo da Globo Esportes, Marcelo de Campos Pinto, chegou a dizer que grandes clubes como Corinthians e São Paulo passariam a mandar seus jogos fora da cidade, relata o Estadão. O executivo apresentou números mostrando que, em 2009, os jogos iniciados às 21h45 nos dias de semana tiveram público médio de 23,7 mil torcedores pagantes, superior à média dos jogos iniciados ás 21h (17,9 mil pagantes).

O presidente da FPF, Marco Pólo Del Nero, afirmou que os clubes paulistanos podem ser impedidos pela Conmebol de participar da Taça Libertadores da América por descumprimento dos acordos de transmissão dos jogos pela TV.

Presente na audiência e assistindo às discussões entre os vereadores e os representantes da Globo e da FPF, o secretário municipal dos Esportes, Walter Feldman, afirmou que o prefeito ainda não decidiu se vai vetar o projeto aprovado na Câmara.

Caso Kassab não vete a proposta nos próximos oito dias, a Câmara poderá promulgá-la e a regra, assim, entrará em vigor.

A polêmica sobre a inviabilização dos jogos de futebol no horário atual das 21h45 não se limita à capital paulista, lembra o Estadão. Há um projeto semelhante na Assembleia Legislativa, com abrangência em todo o estado de São Paulo, e outro na Câmara dos Deputados, de autoria do deputado Carlos Zarattini (PT-SP).