As empresas do varejo paulista fecharam os três primeiros do ano com alta de 11% no faturamento real, frente a igual período de 2009. Trata-se do maior índice de aumento trimestral da década. Na comparação de março deste ano com o mesmo mês do ano passado, a alta registrada de 13,6%.
Os dados fazem parte da PCCV (Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista), divulgada pela Fecomercio-SP (Federação do Comércio do Estado de São Paulo) nesta quarta-feira (12).
No confronto do terceiro com o segundo mês deste ano, por sua vez, o faturamento real do comércio varejista paulistano avançou 22,7%.
Destaques positivos
Considerando novamente o acumulado até março, dos oito setores pesquisados, seis apresentaram expansão no faturamento real, em relação ao mesmo período do ano passado.
O setor de Comércio Automotivo registrou a maior taxa de crescimento no trimestre, de 16,8%, frente ao trimestre de 2009. De acordo com o economista da Fecomercio, Altamiro Carvalho, parte desse resultado pode ser atribuída aos estímulos econômicos concedidos pelo governo, como a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).
O setor de Farmácias e Perfumarias avançou mais de 10%, com alta de 13,2%, na mesma base comparativa.
Lojas de Móveis e Decoração e Vestuário
O segmento de Lojas de Móveis de Decoração, por sua vez, apresentou alta trimestral de 13,6%. As Lojas de Vestuário, Tecidos e Calçados também registraram crescimento de 14,4%, no mesmo período.
Também houve expansão (+12%) no setor de Lojas de Eletrodomésticos e Eletrônicos, no confronto com os três primeiros meses do ano passado.
Já os supermercados principal atividade do varejo, registraram alta de 3,4% no faturamento real. Segundo a Fecomercio, a base comparativa é relativamente alta, uma vez que, durante a crise econômica, os consumidores direcionaram suas compras essencialmente para os bens de consumo não duráveis, principalmente de alimentos.
Destaques negativo
O pior desempenho do comércio paulista no trimestre foi registrado pelo setor de Lojas de Departamentos, com queda de 1,7% em relação ao mesmo período do ano passado.
As Lojas de Materiais de Construção apresentaram o segundo pior resultado, com queda de 1,5%.
Avaliação
De acordo com a análise da Fecomercio, quando há qualquer iniciativa de redução da carga fiscal para setor produtivo há um retorno claro, tanto das empresas como dos consumidores, aos objetos buscados, com queda nos preços e ativação do ritmo produtivo.
Carvalho afirma ainda que os dados apurados comprovam os demais resultados produzidos pela entidade, como o ICC (Índice de Confiança do Consumidor) e o ICF (Índice de Consumo das Famílias), que vêm mostrando, desde o final do ano passado, contínua elevação.
“Além disso, os paulistanos estão muito mais propensos ao consumo e, o que é ainda mais positivo, dispostos a manter esse ritmo de compras nos próximos meses”, acrescenta.