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Genéricos devem faturar US$ 700 milhões no País com fim de patentes
   
     
 


23/05/2010

Genéricos devem faturar US$ 700 milhões no País com fim de patentes
Segundo a Pró Genéricos, que reúne 90% do setor no Brasil, apenas a liberação comercial do Viagra, Diovan e Lípitor deve movimentar US$ 400 milhões

Enquanto a indústria farmacêutica mundial enfrenta o fim da patente de medicamentos campeões de vendas, o setor de genéricos espera ganhos exponenciais com o término da restrição comercial a esses produtos. Nomes como o Viagra (sildenafil, para disfunção erétil), Lipitor (atorvastatina, para controle do colesterol) e Diovan (valsartana, contra hipertensão arterial) encabeçam a lista dos produtos mais rentáveis aos seus laboratórios com patentes que já expiraram - no caso do Viagra - ou que estão muito próximas disso.

No Brasil, somente o fim da patente desses três medicamentos deve representar um acréscimo de US$ 400 milhões nas vendas de genéricos. "Esperamos um aumento de 7% nas vendas e uma elevação de até 3 pontos porcentuais no nosso market share", estima Odnir Finotti, presidente da Pró Genéricos, entidade que representa os laboratórios que concentram 90% das vendas do setor. Se forem consideradas as cerca de 25 substâncias que aguardam liberação de suas patentes, acrescenta Finotti, esse valor sobe para US$ 700 milhões nos próximos anos.

O Viagra, cujo princípio ativo estará disponível a partir de junho no Brasil na versão genérica, é o 5º produto em faturamento da Pfizer, laboratório que detém sua patente. Suas vendas mundiais em 2009 chegaram a US$ 1,89 bilhão, ante um faturamento total da Pfizer de US$ 50 bilhões. Também campeão de vendas, o Diovan fatura US$ 6 bilhões ao ano para a Novartis, sendo o produto número 1 da farmacêutica. Um dos medicamentos mais prescritos no Brasil, sua patente termina no final deste ano.

Na lista que leva os medicamentos mais lucrativos aos laboratórios, no entanto, o Lipitor é imbatível. Suas vendas mundiais chegam a US$ 11,4 bilhões, o que o torna o remédio que mais fatura em vendas em todo o mundo, conforme dados do instituto IMS Health. Apesar do fim de sua patente este ano, a Pfizer conseguiu a extensão de sua proteção na Justiça; a expectativa é que a cópia do medicamento vá ao mercado no início de 2011.

Setor em expansão

Com apenas seis anos de existência, a indústria de genéricos já conquistou boa parte das prateleiras das drogarias no Brasil. Hoje, a cada cinco unidades de medicamentos comercializados no País, uma é genérica. A fatia do faturamento no primeiro trimestre do ano, no entanto, é menor: 15% do total. "A lógica dos genéricos é que eles aumentam o acesso aos medicamentos, mas não o faturamento total", explica Finotti, da Pró Genéricos.

E a adesão dos consumidores é praticamente instantânea, em especial aos medicamentos mais caros, que tratam de doenças crônicas. "Há uma demanda muito grande de produtos protegidos pela patente, o que eleva os preços", argumenta o médico Marcos Bosi Ferraz, coordenador do Centro Paulista de Economia da Saúde (CPES), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Esses valores estão acima da capacidade de compra de grande parcela da população e do próprio governo, explica Ferraz.

Cerca de 50% das vendas de genéricos no Brasil são remédios para doenças crônicas, como medicamentos para hipertensão e antidepressivos. "Nesses casos, o paciente faz a escolha basicamente pelo preço", aponta Finotti. Em casos recentes, ele diz, como o da substância sibutramina (emagrecedor) e clopidogrel (contra trombose arterial), em um ano de patente livre, os genéricos atingiram 50% do mercado, dobrando o volume de vendas e, no caso da sibutramina, diminuindo para um décimo do valor anterior ao genérico o preço do medicamento para o consumidor final.

Emergentes em foco

Embalados pelo crescimento econômico acima da média mundial, os países emergentes se tornam foco também da indústria farmacêutica. Em seu último relatório financeiro, a Novartis, um dos maiores laboratórios do mundo, elencou Brasil, China, Índia, Rússia, Coreia do Sul e Turquia como o grupo de economias emergentes prioritário para a empresa. A justificativa é que esses países serão cada vez mais responsáveis pelos resultados operacionais do setor.

Para Ferraz, do CPES, uma série de fenômenos sociais deve ocorrer nos próximos anos no Brasil e também nos países emergentes que fará crescer o setor de saúde. A mudança na pirâmide demográfica, com uma população cada vez maior de idosos, deve elevar a porcentagem de pacientes com doenças crônicas.

Além disso, a chamada transição epidemiológica, que consiste na mudança da predominância de doenças típicas de países subdesenvolvidos (como malária e cólera) para doenças com maior grau de complexidade (como Alzheimer, pré-diabetes e subtipos de câncer, que passam a ser diagnosticados mais cedo), demandará medicamentos mais sofisticados.

Por fim, a educação crescente das populações, que passam a exigir mais do sistema de saúde de seus países e dão mais importância às terapias indicadas pelos seus médicos, é mais um fator que deve puxar a expansão do setor de saúde em geral e dos genéricos, aponta o coordenador do CPES.

Fonte: Economia & Negócios
Autor: Nívea Terumi
Revisão e edição: de responsabilidade da fonte

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