TV CONSUMIDOR Masper TV ONLINE TOP Consumidor NOTÍCIAS RECOMENDAMOS QUEM SOMOS CONTATO  
Risco para a saúde
   
     
 


29/03/2009

Risco para a saúde
Remédios para emagrecer podem ser um perigo para os consumidores

Dor de cabeça, irritabilidade, depressão, mudanças súbitas de humor. Estes são alguns dos efeitos colaterais de boa parte dos remédios para emagrecer. É quase como viver numa eterna TPM ( a terrível síndrome da tensão pré-menstrual).

Mas, o que pesa mais na balança: os riscos associados à medicação ou o prazer de encarar um manequim dois números menor? Nessa luta entre a boa saúde e a boa forma, o brasileiro optou pelo caminho aparentemente mais fácil: em dois anos, a venda de inibidores de apetite aumentou 43,9% no Brasil, segundo dados do IMSHealth, instituto que faz auditoria do mercado farmacêutico.

Não por acaso, levantamento da Organização das Nações Unidas( ONU) aponta que o país é, hoje, o maior consumidor mundial desses remédios. Apresentados sob os mais diversos nomes fantasia, os emagrecedores se dividem em três classes: anoxerígenos (inibemo apetite), sacietógenos (aumentam a sensação de saciedade) e os bloqueadores de absorção intestinal de gorduras.

Mas, para especialistas, o perigo dos medicamentos decorre de sua má utilização. Essa, por exemplo, é a opinião do endocrinologista João Eduardo Salles, 37 anos, diretor da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso).

Embora defensor ferrenho da adoção de hábitos saudáveis como meio de combater o sobrepeso, ele contemporiza que o problema não está nas substâncias, mas no uso que delas se faz.

“É preciso ficar atento aos efeitos adversos e somente usar medicamento prescrito por um profissional de saúde que estude a obesidade”, orienta.

VAIDADE
Apesar das advertências, o desejo de ter um corpo enxuto sem fazer muito esforço ainda leva muitos gordinhos a desafiar o perigo. A corretora de seguros Estelita* ( *Nome fictício), 49, faz parte do grupo.

Ela emagreceu 18kg em 45 dias, usando uma fórmula prescrita por uma endocrinologista. Satisfeita por ver a gordura se esvaindo, minimizava sintomas como sudorese excessiva, queda de pressão e arroxeamento das extremidades.

Recentemente, voltou a engordar e já pensa em retomar o uso de emagrecedores. “Paro quando atingir o peso”, diz. Mesmo ressaltando que cada caso é um caso, a nutricionista Leda Maria Teixeira da Silva, 48, vê com reservas o uso de medicamentos para emagrecer.

“A maioria age sobre o sistema nervoso central e pode desencadear danos a longo prazo”, observa. Mas não é só isso. Para ela, a fórmula ideal contra a obesidade não está dentro de nenhuma cápsula: é a combinação entre uma alimentação equilibrada e a prática constante de atividades físicas.

Loja de roupas comercializava medicamentos
Apesar da atuação dos órgãos oficiais, há quem consiga furar o cerco. Há cerca de dois anos, por exemplo, uma loja de confecções situada em Lauro de Freitas, município da região metropolitana, lançou mão da criatividade para burlar a vigilância.

Colocava à venda apenas modelos em tamanhos pequenos. Ante o desapontamento das gordinhas, a balconista atacava: “A senhora não gostaria de emagrecer?” Era a deixa para empurrar a fórmula produzida clandestinamente por um químico envolvido no esquema.

O caso chegou à polícia, conta Marly Gonçalves Albuquerque, inspetora da Diretoria de Vigilância Sanitária e Ambiental (Divisa) da Secretaria Estadual de Saúde, e levou os envolvidos à cadeia. “Situações como essa fogem ao nosso controle”, admite. “Não é nossa atribuição fiscalizar loja de roupa”, diz 

ENTREVISTA - "Tem que mudar os hábitos de vida"

Diretor da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e professor da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo, o endocrinologista João Eduardo Salles, 37 anos, lamenta o uso exagerado de remédios na redução de peso. Adverte para os riscos e garante: não há evidências de que os fitoterápicos puros produzam emagrecimento.

Por que se engorda tanto hoje no Brasil?
O brasileiro segue o modismo mundial do sedentarismo combinado com a alimentação fast-food. Nos shoppings, não se vê escadas convencionais, só escadas rolantes. O feijão com arroz foi substituído pelos sanduíches. O resultado é o aumento da obesidade.

Quais os principais riscos do uso de medicamentos para emagrecer?
No caso das anfetaminas, é a criação da dependência. Mas há outros efeitos indesejáveis, como a taquicardia, os distúrbios emocionais e as diarreias associadas aos medicamentos que reduzema absorção de gordura no intestino.

Os fitoterápicos oferecem os mesmos riscos que os quimioterápicos? Não existe comprovação científica de que um medicamento fitoterápico puro atue na redução de peso. Se um remédio natural produz emagrecimento, o consumidor deve ficar atento, pois o produto pode não ser tão natural assim.

Qual a recomendação da Abeso para quem quer emagrecer?
Que, antes de tudo, esteja determinado a mudar os hábitos de vida. Depois, que busque um médico que estude a obesidade. E que jamais use medicamento de outra pessoa.

E para os médicos?
Que sigam as diretrizes para o tratamento da obesidade disponíveis no nosso site www.abeso.org.br e reduzam a prescrição de medicamentos.

Fonte: Correio da Bahia
Autor: Jaciara Santos
Revisão e edição: de responsabilidade da fonte

Imprimir Enviar link

   
     
 
Comentários
 0 comentários


   
       
     


     
   
     
   
     
 



























 
     
   
     
 
 
 
     
 
 
     
     
 
 
       

+55 (51) 2160-6581 e 99997-3535
appel@consumidorrs.com.br