Os brasileiros que pagam por planos de saúde coletivos demoram mais para serem atendidos do que os que têm planos individuais, de acordo com pesquisa realizada pela Pro Teste - Associação de Consumidores.

Segundo o levantamento, os brasileiros que têm planos coletivos demoram 50% mais para agendar exames ou outros procedimentos e 14,3% mais para marcar uma consulta médica.

Nos planos individuais, o consumidor demora, em média, 14 dias para agendamento e seis dias para marcar procedimentos ambulatoriais ou exames. Em planos coletivos, essa média sobe para 16 dias para agendar consultas e nove dias para procedimentos.

Para o órgão de defesa do consumidor, o resultado da pesquisa mostra que não houve aumento da rede de atendimento na mesma proporção do aumento do número de clientes em planos coletivos. Para a Pro Teste, a ANS (Agência Nacional de Saúde) não cobra pelo aumento da rede. O resultado é o maior tempo de espera dos brasileiros por atendimento.

Especialidades

De acordo com a pesquisa, dependendo da especialidade, o tempo de espera em planos coletivos pode ser ainda mais elevado. O tempo médio para agendamento de consultas com clínico geral, por exemplo, pode levar até 210 dias e de cardiologia até 180 dias.

Agendar consultas com um endocrinologista pode demorar até 24 dias, com um ginecologista, 20 dias, e com um dermatologista, o tempo pode ser de até 17 dias. Para agendar um ortopedista, o tempo de espera pode alcançar os 11 dias.

A pesquisa ainda constatou que utilizar a rede própria para atendimento pode demorar mais do que o atendimento em rede credenciada. Clientes de empresas com rede própria levam, em média, 16 dias para agendar consultas e nove dias para os procedimentos. Já os de redes credenciadas levam, em média, 12 dias para consultas e seis dias para os procedimentos.

“Além da demora, os entrevistados que optam pelas empresas com rede própria tem que arcar com um preço significativamente mais elevado do que aqueles que contam com a rede credenciada”, constatou a associação.

Ampliação da rede

Hoje, as operadoras podem ampliar o número de clientes sem ter a obrigação de aumentar a rede de atendimento. Para a Pro Teste, isso ocorre porque falta parâmetro que determine o número ideal de usuários por quantidade de estabelecimentos e profissionais vinculados à rede, seja ela própria ou credenciada.