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Amos Genish, CEO da GVT
   
     
 


19/06/2010

Amos Genish, CEO da GVT
Operadora prevê forte expansão este ano e promete TV paga para 2011

 ImageDepois de comemorar o melhor período financeiro da história, com crescimento de 37% em sua receita líquida no primeiro trimestre (mais de R$ 500 milhões), o CEO da GVT, Amos Genish, assinala que o ingresso do novo controlador, a Vivendi, antecipou todos os planos de expansão. A espelho estará presente este ano em 14 novas cidades, e entra  no mercado de TV paga – com seu IPTV e DTH – em meados de 2011. Aposta também em lançamento de muito conteúdo, com o uso do material dos estúdios Universal, uma das subsidiárias da operadora francesa, e novos produtos convergentes para o mundo IP.

O executivo reitera que a GVT não irá disputar o leilão da banda H, pois a prioridade de investimentos é outra, e assinala que o processo da Comissão de Valores Mobiliários contra a Vivendi ainda está em fase de apuração, como também não foi concluída a sua saga contra o valor da  VU-M (tarifa de interconexão da rede móvel). Nesta seara, pelo menos fora da Anatel, a empresa tem colecionado vitórias na justiça e nos sistemas de defesa da concorrência que começam a estudar a fundo o valor desta taxa, que, segundo Genish, “é a mais alta do mundo”.

Tele.SínteseA GVT foi a joia a da coroa há alguns meses em uma disputa entre duas grandes operadoras europeias. Qual a estratégia da empresa a partir de agora?
Amos Genish –A GVT continua a trilhar o mesmo caminho de anos atrás. Nosso crescimento é baseado em alguns pilares: expansão territorial e expansão da rede nas cidades atuais, pois ainda é pequena. Algumas cidades têm mais coberturas do que outras, por exemplo em Curitiba a rede chega a 45% da cidade, mas em Fortaleza, em apenas 10%.

Tele.Síntese Vocês pretendem ser uma empresa de atuação nacional?
Genish- Sim, queremos estar presentes em todos os mercados chaves do país. Voltando aos pilares: expansão; lançamentos de produtos inovadores em banda larga, pois acreditamos que os serviços em IP irão dominar o mercado de telecom. Apostamos muito na banda larga! Hoje, 50% da base de banda larga da GVT conta com velocidades de mais de 10 Mbps e 80% dos novos clientes compram mais de 10 Mbps.

Tele.SínteseO internauta brasileiro tem conteúdo para demandar tanta banda?
ImageGenish- Cada vez mais e mais! Se se observar o tráfego da empresa, ele triplica a cada ano. É impressionante o tráfego IP em nossa rede! Hoje o vídeo peer to peer já é muito usado, mas quando há disponibilidade de rede, não há limites para o que se quer fazer na internet. Cada vez  será exigido mais banda, principalmente porque está-se migrando para o streaming e não download. Antes, as pessoas faziam download do filme para assistirem mais tarde. Hoje, as pessoas querem streaming, querem “ao vivo”. Por fim, como terceiro pilar, qualidade. Alguns estudos, como o Gallup, colocam a GVT em primeiro lugar no que eles chamam de “customer experience”, ou seja, a indicação da GVT de um cliente para outra pessoa. Pois alcançamos 49% de indicações. De cada dois clientes, um vai recomendar os serviços da GVT para seus amigos.  Para assegurarmos a qualidade, estamos também cada vez mais cuidando de toda a rede com as nossas próprias forças.

Tele.Síntese Como assim?
Genish- Estamos, mais e mais, contratando a nossa própria equipe para  fazer as instalações e o agendamento. NO ADSL, por exemplo, somente nossos próprios funcionários é que instalam as redes.

Tele.Síntese A GVT está deixando de terceirizar a mão-de-obra de rede externa?
Genish- Sim, cada vez mais. As linhas de voz, antes terceirizadas, agora estão também sendo instaladas por nossos funcionários. Era muito difícil controlar a qualidade do agendamento com o serviço terceirizado, que não tinha compromisso e não sabíamos onde estava a equipe. Agora, temos controle.  Com isso, a qualidade do serviço é melhor.

Tele.Síntese Qual o número de trabalhadores internalizados?
Genish- Temos quase seis mil funcionários da GVT. Entre instaladores, agendamento e call center, perto de 2.500. Enquanto outras empresas deixam nas mãos de terceiros, na GVT ficam nas nossas mãos. Isto faz diferença, pois o empregado tem controle, treinamento e benefícios mais altos do que o do mercado e tem perspectiva de crescer na empresa. O custo é um pouco maior, mas vale à pena.

Tele.SínteseE como está 2010?
Genish- Começamos o ano como o dos melhores da história da GVT. No primeiro trimestre, apuramos receita líquida de mais de  R$ 500 milhões, 37% superior ao mesmo período do ano passado.  E este crescimento parece que iremos manter ao longo do ano. No ano passado a receita líquida foi de R$ 1,7, e estamos esperando chegar no final deste ano com quase R$ 2,3 bilhões.

Tele.SínteseO forte da receita é a banda larga?
Genish – Não, melhoramos em todos os serviços, com a banda larga crescendo mais rapidamente do que os demais serviços. A maioria dos novos clientes da GVT vem da portabilidade, então eles compram nova linha de voz e banda larga mais rápida. Nosso crescimento é um pouco diferente ao das incumbents, que está com a sua base de voz parada. Nós crescemos com a linha telefônica e com a banda larga. Os clientes atuais estão migrando para velocidades mais altas, e os novos clientes já começam com 10 Mbps ou mais. Muitas empresas fazem traffic shaping. A GVT não faz.

Tele.Síntese O que é traffic shaping?
Genish- Quando há um pico de tráfego, as empresas de telecom fazem o shaping,ou seja, reduzem 20,30 ou 40% a capacidade da banda, monitorando o tráfego de dados.

Tele.Síntese Mesmo as redes fixas fazem isso?
Genish – Sim, muitas empresas fazem isso para que a rede consiga atender todos os seus clientes. A GVT não atua assim pois sabemos que isso irrita muito os heavy users de banda larga. Nós entregamos os 10 ou 15 megas que vendemos, sem shaping, sem down time e com preços muito competitivos. Nosso preço será sempre o mais barato do que o das outras empresas, por megabyte. 10 megas estão custando R$ 69,90, ou R$ 6,90 por mega.

Tele.SínteseQuais são os planos para o futuro?
Genish- Temos muitos projetos para este e para o próximo ano. Iremos expandir no Nordeste, onde nos instalamos em abril em Fortaleza, Campina Grande e João Pessoa. Vamos para mais cidades no Nordeste e vamos chegar ao Rio de Janeiro ainda este ano.

Tele.SínteseEste ano vocês entram em operação na capital do Rio de Janeiro além de Sorocaba e Jundiaí?
Genish – Este ano, lançamos o nosso serviço na capital do Rio e em Sorocaba e Jundiaí com pré-lançamento.

Tele.SíntesePor que esperaram tanto para entrar em São Paulo?
Genish – A GVT decidiu expandir para fora da região II (a região que engloba nove estados do Centro-Sul do país e o DF) depois que fez a IPO (Oferta Inicial de Ações),  em 2007, pois passamos a ter capital para a expansão. Com mais dinheiro em caixa, fizemos muitas pesquisas e constatamos que na região da Telemar (a região I) tinha muita demanda não bem atendida, ou seja, o cliente não tem o que quer, então o potencial era muito maior. Além disso, o nosso backbone chegou primeiro no Nordeste, e não chegou em São Paulo.

Tele.Síntese Por que não?
Genish – O nosso backbone próprio passa por São Paulo, mas não chegava nas cidades, e demora muito para construir a rede, de dois a três anos. Era mais fácil atacar a Oi. Assim, fomos para Belo Horizonte e cidades do Nordeste. Agora, o nosso ritmo de expansão é bem maior e a empresa tem condições de ir para mais cidades. Por exemplo, em 2007, lançamos  a GVT em uma cidade; em 2008, fomos para  três novas cidades; em 2009, cinco cidades. Em 2010, estaremos em 14 cidades novas. Ou seja, a GVT está com capacidade de crescer mais rapidamente, com a mesma qualidade.

Tele.SínteseQual o Capex da GVT para este ano?
Genish –  Este ano nós vamos investir R$ 1,1 bilhão. Em 2009, foram R$ 660 milhões.  Temos mais dinheiro, mais capacidade e estrutura para crescer com a mesma qualidade. E a GVT vai lançar também produtos cada vez mais inovadores. Começamos este ano com o pacote Premium, com número ilimitado de ligações locais e de fixo para móvel e longa distância, com alta velocidade e com modem Wi-Fi de banda larga, anti-virus, anti-span e back up on line. Acho este produto muito interessante, pois une todo o mundo da banda larga em um único pacote. Lançamos em maio.

Tele.Síntese Previsão de novos lançamentos?
Genish – Este ano iremos lançar muitos novos produtos com a Universal Music. O primeiro irá adicionar mais valor para o nosso usuário. Será grátis para o nosso usuário, mas estará aberto também para qualquer outro cliente, que terá que pagar. Serão oferecidos streaming, vídeos, clippings, chats, tudo on line.

Tele.Síntese Esse produto já é fruto do novo controlador, a Vivendi?
Genish – Sim. O nosso cliente irá assistir on line o show da Lady Gaga, que estiver ocorrendo em Cingapura, por exemplo. O melhor da Universal vai chegar para nós. Além disso, iremos promover dois grandes shows ao vivo no Brasil, um em  março e outro em setembro. O de março será para a nossa estreia no Rio e, o de setembro, em São Paulo.

Tele.SínteseCom o ingresso no Rio de São Paulo, a GVT vai ficar mais “barulhenta”, ou vai continuar low profile? E o que muda com o novo controlador?
Genish- Nada mudou no projeto de expansão da empresa. A entrada da Vivendi fez mudar o time line. Com eles, ficamos um pouco mais agressivos em nossos planos, antecipando as iniciativas. O que iria acontecer em 2012, foi antecipado para este ano. Tudo mais cedo, mais rápido, com mais ambição. Produtos como a Universal, e com o videogame deles  serão usados, pois teremos esses serviços mais baratos.

Tele.SínteseE a TV paga?
Genish – A Vivendi tem a TV paga em sua estratégia, o que nos ajuda bastante. Precisamos pensar no triple play mais rapidamente, do que o plano original.

Tele.Síntese
A banda H? Embora o presidente da Vivendi já tenha afirmado que não há interesse, e a GVT ter confirmado, muita gente não acredita. Vocês não vão mesmo tentar comprar banda?
Genish- Temos que definir as prioridades. Estamos preparados para investir um bilhão de reais este ano. Nossa prioridade este ano é ampliar o crescimento nacional e entrar para TV paga. Isto é suficiente para a GVT. Entrar no negócio de mobile, acho que é mais do que podemos comer neste momento.

Tele.SínteseComo MVNO (operador móvel virtual), vocês entrariam no mercado de celular?
Genish – Com o MVNO, é mais fácil entrar neste mercado. Tentamos negociar com algumas empresas bem antes da publicação da consulta pública do regulamento, e o problema que enfrentamos  é que elas querem adiar mais e mais. Já estamos no meio de 2010, e as regras definitivas ainda não foram publicadas.

Tele.SínteseA Anatel, na consulta pública, não está obrigando as atuais operadoras de celular a firmarem as parcerias. Não me parece que isso será mudado.
Genish – Queremos que algumas questões sejam pré-determinadas, como capacidade a ser ofertada, nível de serviço e preço. Se a Anatel abrir a janela dessas questões para a negociação entre as empresas, elas simplesmente vão demorar anos e anos. Este é o problema com a regulamentação muito aberta. As empresas não querem a GVT como MVNO delas. Este assunto, nós apresentamos em nossos comentários à Anatel, mas não sabemos se serão aceitos.  

Tele.Síntese Vocês estão querendo que a Anatel aja mais rapidamente para solucionar os conflitos, não é isso?
Genish- Sim. O que não dá é para esperar tanto tempo, como o caso da VU-M, que se arrasta desde 2004. O MVNO também é uma questão difícil e o nosso medo é que também fique anos e anos para uma arbitragem. O  mercado é cheio de conflitos e a Anatel precisa ser mais célere.

Tele.Síntese Qual é a estratégia da GVT para a TV paga? O PL-29 (projeto que libera as teles para ingressar no mercado de TV a cabo) foi para o Senado Federal.
Genish- Não esperamos mais pelo PL-29. Vamos fazer um modelo híbrido, com duas conexões: um de banda larga, para o IPTV, e outra conexão para o satélite DTH, que mesmo sem o PL-29, as empresas de telecom podem explorar. Este é um modelo muito comum na Europa e nós vamos adotá-lo no Brasil.

Tele.Síntese Como este modelo híbrido vai funcionar?
Genish – Com o DTH, nós vamos transmitir os sinais de TV aberta. Com o IPTV vamos promover a interatividade, o catch up TV (quando você assiste a programas de dias anteriores), vamos oferecer o VOD (video on demand).

Tele.Síntese Esses produtos, sem a grade da TV, segundo as concessionárias não “colou” no Brasil.
Genish – Porque a rede das incumbents não tem tecnologia para isto. Lá fora, a Verizon está indo muito bem, a Portugal Telecom tem uma ótima IPTV. As opções de produtos são muitas. Pode ainda haver o serviço “over the top”, de internet, como facebook, YouTube. A TV deixa de ser linear. A importância da TV linear, na minha opinião, vai reduzira cada dia, a cada ano.

Tele.SínteseMas vocês, com o DTH, vão entrar na TV linear, não?
Genish – Sim. Vamos ter combos de pacotes diferentes, com TV linear e IPTV. Estaremos ingressando neste mercado em meados de 2011. Não queremos mais aguardar pelo PL-29. Se até lá o projeto for votado, talvez não façamos o DTH. Mas se não for, vamos com o modelo híbrido. O custo incremental de se colocar uma parte do serviço via satélite é muito menor do que o potencial do mercado. Este mercado me lembra o de banda larga de cinco anos atrás, há muito para se fazer.

Tele.SíntesePara a IPTV vocês não precisam de licença, mas para o DTH, sim. Já pediram para a Anatel?
Genish – Estamos dando início à papelada e daremos entrada no pleito no início de julho, pois precisamos do projeto técnico do satélite. E a nossa expectativa é que em 90 dias tenhamos a licença.

Tele.Síntese Há disponibilidade de satélite? Não estão todos contratados?
Genish – Agora, não há nada. Mas novos satélites serão lançados no primeiro trimestre de 2011 e é com eles que contamos para lançar o nosso DTH. Acho que todas as empresas que lançaram o serviço de DTH aqui no Brasil, a Embratel, a CTBC, a Telefônica e a própria Oi, lançaram o serviço usando o satélite da Telefónica do Peru.

Me chamou a atenção a carta que a Sky mandou para os seus clientes dizendo que, se o PL-29 for aprovado, iria aumentar o preço. Isto é um absurdo! Ao contrário, vai haver mais concorrência! Você entende este pensamento? Não é um escândalo? O cara fala que vai aumentar o preço porque vai ter mais concorrência? GVT vai reduzir o preço, como fez com a banda larga. As nossas pesquisas mostram que este é o melhor momento para se entrar no mercado de TV paga, pois tem pouca concorrência e não tem inovação.

Tele.Síntese A ideia é lançar o serviço paulatinamente, em cada cidade?
Genish – Não. Vamos entrar com a TV paga simultaneamente em todas as cidades que estamos presentes.

Tele.SínteseEm relação à briga da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) com o novo controlador, como afeta a operadora?
Genish – Em primeiro lugar, não há nada referente à GVT. E eu, como CEO, não tenho qualquer envolvimento neste processo. Pelo artigo publicado pelo jornal Valor Econômico, parece que o processo terminou e que a Vivendi teria sido punida. Mas o o processo foi aberto pela CVM, e não terminou, como a própria CVM confirmou. Sabemos também que a Vivendi irá cooperar em todos os aspectos solicitados pela CVM. A Vivendi é uma empresa muito séria, muito grande (tem receita de quase 40 bilhões de dólares ou 63 bilhões de reais), com negócios em muitos países, e não iria fazer algo contra as leis brasileiras. Pode-se ter opiniões diferentes sobre interpretação de regulamentos e normas, mas não há nenhuma intenção de se fazer alguma coisa errada. É um absurdo pensar que uma empresa como a Vivendi iria fazer algo intencionalmente contra a lei. Vamos ver o que a CVM decide.

Tele.Síntese De alguma forma este processo de investigação contra a Vivendi afeta a GVT?
Genish – Não afeta em nada. Não afeta o negócio nem nossos planos de investimentos.

Tele.Síntese Por que a Vivendi, que não tinha qualquer vínculo com a GVT ou com o Brasil resolveu comprar a GVT?
Genish – A Vivendi, como toda a grande empresa, tem crescimento de receita muito pequeno, e por isso precisa de motor de crescimento. Universal, Act Vision e suas operadoras de telecom são players em mercados maduros. Há dois anos tentava comprar empresas para crescer. No início, olhou para a África, e tentou comprar uma operadora chamada Zain, mas  não concretizou a compra. Não existem muitas empresas de telecom para serem compradas no mundo, pois a maioria já está debaixo de uma dessas gigantes (AT&T, Verizon, Telefónica, Deutsch Telekom). Não há muita empresa independente e disponível à venda e quando os dirigentes da Vivendi visitaram a GVT e estudaram o potencial do mercado brasileiro,  gostaram demais do que viram.

Tele.Síntese Como você está vendo o Plano Nacional de Banda Larga?
Genish – Subsidiar a banda larga é uma ideia fantástica, e muitos países adotam esta medida. A o governo for vender capacidade no atacado e deixar a empresa privada chegar na ponta, será um ótimo passo. Mas o governo tem que fazer isso com o backbone dele. Ele não pode  determinar que todo mundo tem que seguir o preço dele.

Tele.SínteseVocê não acha que o governo pode tabelar o preço do atacado para as incumbents?
Genish – Acho que não deve. O governo pode colocar o preço que quiser em seus ativos. Mas não acho bom para o país o governo intervir no mercado privado, incumbent ou não incumbent.  

Tele.SínteseA Europa tem uma experiência diferente, com a interferência dos agentes reguladores para a abertura das redes e hoje as espelhos já têm mais linhas de banda larga do que as incumbents europeias.
Genish – Não conheço  muito bem o modelo europeu. Mas nos Estados Unidos, há uma ampla competição entre empresas e plataformas diferentes e os preços caem. O governo não deve intervir no mercado. O mercado de backbone  no Brasil tem concorrência. Na Europa, pelo que sei, a abertura do mercado é na última milha, e não no backbone. Não há problema de backbone em Curitiba ou São Paulo. O problema é o backbone chegar em Manaus.
 A GVT não tem medo de concorrência, acho muito bom o governo querer usar os seus ativos para mudar os indicadores e ajudar o mercado privado oferecer  preço razoável ao cliente. É subsídio para o usuário e não para nós. Acho que faz todo o sentido o governo subsidiar o usuário de Manaus, que pagará menos do que o de Curitiba. Faz todo o sentido. Em muitos países, as áreas remotas têm impostos reduzidos. O problema é o backbone, pois o custo da última milha é o mesmo em Manaus ou Curitiba.

Tele.SínteseQual o tamanho do backbone da GVT?
Genish – Estamos com 18 mil quilômetros de fibra. Atualmente, quase 90% do tráfego da GVT já corre em nosso próprio backbone.

Tele.Síntese A GVT tem intenção de comprar alguma frequência que  a Anatel pretende vender, de 2,5 GHz ou de 3,5 GHz?
Genish – Não. Nós acreditamos na fibra óptica. No máximo, usamos WiFi com frequências não licenciadas.

Tele.Síntese Como está a disputa de vocês em relação à VU-M (tarifa de interconexão)?
Genish – Conquistamos uma importante vitória, agora no STJ, que falta só ser publicada. Depois de termos conseguido a liminar contra o valor da VU-M, em 2008, as celulares tentam desde então derrubar esta liminar e, agora, o plenário do STJ confirmou a liminar, o que significa que a nossa ação contra a VU-M na justiça está preservada e vai ter sua tramitação continuada.
A justiça, com essa decisão, quebrou um paradigma, pois reconheceu que não cabe apenas à Anatel discutir e definir um valor para esta interconexão. A justiça decidiu que ela mesma vai fazer a auditoria para calcular os custos da rede de celular.

Tele.Síntese E o processo no Cade?
Genish – O efeito colateral desta excessiva tarifa está em discussão no Cade. E o efeito é justamente a prática anti-competitiva das empresas, que cobram os preços de público muitos inferiores à tarifa de interconexão. Esse clássico mecanismo de impedir a competição é conhecido como “price squeeze”.

Tele.Síntese Algumas celulares alegam que pelo menos 30% das receitas ainda dependem da VU-M.
Genish – O tamanho da VU-M é importante para as empresas, mas não vai mudar em muito o financeiro delas. Não há mais desculpa. Não entendo porque a Anatel não se mexe.  O Brasil tem a maior VU-M do mundo. Em todos os países, esta tarifa caiu e as empresas não quebraram, como alegam aqui. Por que não pode acontecer isto aqui?

Fonte: Tele.Síntese
Autor: Miriam Aquino
Revisão e edição: de responsabilidade da fonte

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