Mesmo com a decisão de elevar a taxa básica de juro (Selic), tomada pelo Banco Central a partir de abril, os juros do cheque especial tiveram queda no mês de maio. A Nota de Política Monetária do BC divulgada nesta quarta-feira (23) aponta que a taxa de juros do cheque especial em maio estava em 8,30% ao mês – uma queda de 3 pontos-base frente aos 8,33% a.m. registrados em abril.

Na comparação com maio do ano passado, quando a taxa era de 8,56% a.m., a queda é de 26 pontos-base.

A modalidade foi a única a apresentar queda mensal, de acordo com a nota. No crédito pessoal, por exemplo, a taxa subiu de 3,02% a.m. em abril para 3,03% em maio, enquanto a taxa de juros para compra de automóveis subiu de 1,77% para 1,86%.

Na reunião de 28 de abril, o Copom (Comitê de Política Monetária) elevou a Selic em 0,75 ponto percentual, para 9,5% ao ano. Em 9 de junho, nova alta de 0,75 ponto levou a Selic a 10,25% a.a. Embora a elevação da taxa básica de juros demore alguns meses para se refletir nos juros reais ao consumidor, a maioria das modalidades de crédito refletiu essa elevação já em maio.

Pouco impacto

Porém, segundo o economista da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), Miguel Ribeiro de Oliveira, o momento positivo da economia brasileira pode neutralizar a alta da Selic, não impactando fortemente os juros ao consumidor.

“Com a queda nos índices de inadimplência e a maior competição do sistema financeiro, é possível que, mesmo com a elevação da Selic, as taxas de juros das operações de crédito não venham a ser elevadas, como algumas instituições financeiras já anunciaram", declarou.